Muitos bairros foram alvos de estelionatários e vendedores mal intencionados que abordaram os moradores alegando que estão realizavam uma pesquisa sobre a qualidade da água nas casas.
A DAE alerta que não realiza esse trabalho de porta em porta. O monitoramento da qualidade da água é feito por meio de amostragem e rigoroso controle realizado pelo Laboratório de Controle de Qualidade de Água em pontos já pré-definidos e, segundo informa a chefe do laboratório, a Engenheira Química Tânia Rita Gritti Ferraretto, a coleta é feita no cavalete e nunca dentro das residências. “Além de não adentrarmos a propriedade dos usuários, nossos funcionários são uniformizados, identificados com crachás. Em caso de dúvida o morador pode solicitar a apresentação do crachá e também entrar em contato com o 0800 133 155 para solicitar mais informações”, comenta.
Em alguns casos relatados para as equipes da DAE, os vendedores solicitaram que fosse realizado um teste, no qual colhiam água da torneira abastecida pela DAE e água que passava por um sistema de filtragem. Depois pingavam algumas gotas de um produto em cada uma das amostras, sendo que a água proveniente do abastecimento tornava-se turva enquanto não havia reação da filtrada.
A chefe do Laboratório da DAE explica que provavelmente essa substância aplicada nas amostras de água pode ser algum tipo de indicador de presença de cloro. “Acreditamos que esse seja o caso, pois muitos filtros contam com carvão ativado, que ‘seguram’ o cloro. Sendo assim nossa água mostra a presença e muda de cor, enquanto a que foi coletada do filtro está isenta da substância, permanecendo incolor”.
Tânia ainda explica que isso não demonstra que a qualidade da água não é boa, ao contrário. “O residual de Cloro é garantia legal, segundo a norma 518 do Ministério da Saúde temos de manter entre 0,6 e 0,8 ppm (parte por milhão) de cloro no abastecimento público. É o cloro que garante a desinfecção da água e eliminação de microorganismos que fazem mal à saúde, como o vibrião da cólera”.
Além do Cloro, a água também tem fluoretação, que no abastecimento público é o método mais eficiente na prevenção de cárie dentária, reduzindo de 60 a 65% sua incidência, considerando a faixa etária de 0 a 14 anos e idade. Ao consumir a água com flúor, é formada uma camada protetora nos dentes.
Qualidade da água garantida
O monitoramento da água é feito diariamente e por toda a cidade e além de monitorar a qualidade da água tratada e distribuída para a população também é realizado em vários pontos dos mananciais e análise de toda a matéria-prima utilizada no tratamento de água.
Seguindo a Portaria MS 518 / 2004 do Ministério da Saúde e a Resolução SS 65 / 2005 da Secretaria de Estado da Saúde o monitoramento coleta amostras de cerca de 400 pontos da rede de distribuição entre escolas, creches, hospitais, unidades básicas de saúde, comércio, indústria e residências em geral, abrangendo toda a cidade de Jundiaí.
No momento da coleta, os analistas do laboratório colhem duas amostras de água em cada ponto de monitoramento da rede de distribuição (água tratada). A primeira análise (teste) é realizada no momento da coleta, quando o funcionário verifica o teor de cloro residual livre – cloro que ainda não reagiu – existente na água. Já no laboratório, as amostras passam pelos ensaios bacteriológico e físico-químico.
As atividades realizadas pelo laboratório seguem um cronograma preestabelecido. Às segundas-feiras a equipe de coleta colhe amostras da área de manancial, percorrendo toda a extensão do Rio Jundiaí-Mirim (e seus principais afluentes), Ribeirão da Estiva, Córrego Padre Simplício e Rio Atibaia, totalizando 30 pontos de monitoramento. Além da segunda-feira, em todos os dias, no período da tarde, são coletadas 12 amostras em pontos fixos do manancial. O monitoramento da água bruta (água que será tratada) é muito importante, pois desta forma o laboratório consegue detectar qualquer alteração na água, como por exemplo, o despejo irregular de esgotos ou produtos químicos nos rios e córregos utilizados para o abastecimento da cidade, alertando assim o setor de fiscalização de mananciais, para que este possa tomar as medidas cabíveis.
O laboratório também monitora a água que entra bruta e a que sai tratada das Estações de Tratamento de Água do Anhangabaú e do Eloy Chaves. No Anhangabaú, são feitas duas coletas diárias que servem principalmente para averiguar se a água atende aos padrões de potabilidade preestabelecidos. No Eloy, são duas coletas por semana, pois a periodicidade das análises varia conforme o número de pessoas atendidas.
Comprovadamente a água que a população consome é de excelente qualidade e está dentro dos padrões de potabilidade que a Portaria MS 518 de 2004 estabelece.