A palestra reuniu dados históricos, como a multiplicação do número de Faculdades de Direito pelo país (de apenas duas em 1827, para 3000 na atualidade), o que, segundo o desembargador, é uma prova de que se essa quantidade de profissionais formada todos os anos tiver uma preocupação sócioambiental, o Brasil conseguirá evoluir bastante no setor. “Na minha área, muitas vezes, sou voto vencido. Hoje em dia, ninguém se preocupa em dar a vida por uma causa, não há mais ideal, todos vivem num estado de letargia e falta a consciência ética”, ponderou Nalini, que também tinha em sua plateia o diretor-presidente da DAE S.A, Wilson Roberto Engholm, pelo Secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, e pela diretora de Meio Ambiente, Renata Freire.
Como exemplo de situações que já não causam mais espanto, Nalini citou a morte do casal de ambientalistas no Pará, ocorrida no dia 24 de maio, mesmo dia em que o novo Código Florestal foi aprovado pelo Senado. “Conseguiram mutilar nosso Código Florestal. O pior recado que se pode passar é de que não há punição para quem desmata. Estão condenando as próximas gerações a não existirem mais”, bradou o desembargador.
Para Nalini, a única forma de reverter a situação é fazendo com que toda a sociedade tenha a preocupação de assumir sua parcela de responsabilidade e fazer algo pelo futuro das próximas gerações. “Se um ser de outra galáxia pousasse sua nave hoje aqui no Brasil e fizesse uma leitura da nossa Constituição, diria que vivemos na nação perfeita. Mas se esse mesmo ser fizesse uma análise entre a prática e a retórica, diria que nada do que está escrito traduz a realidade. Estamos sendo ensinados a esperar que o Estado nos dê tudo, mas todos temos de nos comprometer a fazer algo pelo meio ambiente, em menor ou maior escala. Esta é uma responsabilidade de todos nós”, concluiu.