Lawrence Wahba lota auditório da DAE para combater o desperdício de água

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Lawrence Wahba lota auditório da DAE para combater o desperdício de águaO Dia Mundial da Água foi marcado pela presença do documentarista e mergulhador Lawrence Wahba, que em palestra na DAE S.A. propôs uma reflexão sobre a importância deste bem natural na vida das pessoas.

A platéia foi formada por estudantes de universidades da cidade, secretários municipais, vereadores, educadores, funcionários da DAE e profissionais liberais.

O diretor-presidente da DAE, Wilson Roberto Engholm, lembrou que a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu essa data há exatos 20 anos, para levantar questões e encontrar soluções para que a humanidade use de forma consciente aquilo que é o maior bem comum deste planeta. “Muito se tem trabalhado para que este recurso permaneça garantido também pelas próximas gerações”, disse. “Nas duas últimas décadas, muito se falou, até muito se fez, mas ainda temos muito a fazer para poder alcançar um patamar de tranqüilidade a respeito da garantia de água no planeta. “

Wilson lembrou que Jundiaí é um município que comprova na prática que sempre é possível investir em qualidade de vida e na saúde das pessoas e que alcançar a excelência na prestação de serviços, garantindo sua universalização e a satisfação da sociedade, revertendo os resultados em saneamento, proteção aos mananciais e meio ambiente são tópicos presentes na Missão da DAE.

Mas a população também pode contribuir para a preservação da água no planeta, diminuindo o tempo do banho, evitando lavar calçadas e carros com freqüência, desligando a torneira enquanto se escova os dentes, checando vazamentos em nossas residências. “Enfim, tomando atitudes pequenas que, somadas a outras, se tornam grandiosas e essenciais para garantir que a água seja usada de forma adequada. “

Experiências de vida – Ao conversar com a plateia, Lawrence usou a experiência adquirida em 20 anos de carreira para mostrar o quanto esse elemento é essencial para todos os seres vivos. O mergulhador, que já esteve em todos os oceanos do mundo e gravou mais de 400 matérias de TV, também ressaltou a responsabilidade da população para economizar a água que já está nas torneiras. “Quantos de nós não escova os dentes com as torneiras abertas?”, questionou.

Segundo ele, as pequenas atitudes individuais e bom senso fazem diferença. “Cada um de nós pode contribuir como um todo”. Citou, para isso, uma iniciativa a princípio pequena, de um grupo de estudantesbrasileiros que se revoltou diante de um pescador que matava uma tartaruga. “Aquela pequena ação de um grupo resultou em algo maravilhoso que rendeu muitos frutos e transformou-se no Projeto Tamar. Hoje, os pescadores, que eram os responsáveis por matar as tartarugas, ganham a vida e sustentam suas famílias trabalhando na proteção delas.”

Durante a palestra, o documentarista lembrou que no Brasil – onde estão concentrados 12% da água doce do mundo -, a distribuição desse elemento é muito desigual e parte da população não tem acesso a este recurso, por isso é preciso cuidar das nossas águas. Somado a isso, tem-se também o cenário das perdas de água tratada, situação que prejudica ainda mais a reservação de água nas cidades. “No Brasil, o índice de perdas é de 40% e em Jundiaí está em torno de 26%, com metas de se alcançar os 20%. É um cenário muito melhor do que o nacional”, avaliou Lawrence.

Início de tudo – Lawrence lembrou, diante da plateia na DAE, a expedição de barco realizada de agosto a setembro de 1993, ao lado de oito amigos, partindo do Porto de Santos até a África. Durante esta viagem, Lawrence sentiu na pele o que sentem milhões de pessoas que não têm disponibilidade de água. A água no barco era racionada e o grupo tinha à disposição apenas meio balde de água, dia sim dia não, para as necessidades essenciais, como se lavar e escovar os dentes. Um borrifador era dividido entre os oito para lavar o rosto, ao longo do dia. “Na primeira etapa da viagem, ficamos por 26 dias em alto-mar, mas poderíamos ter ficado mais tempo se algo tivesse dado errado. Se acabasse a água antes de chegarmos ao nosso destino, a gente morreria.”

Depois de encerrar a palestra, Lawrence abriu espaço para perguntas e respondeu questões sobre os mais variados assuntos, da transposição do Rio São Francisco à dessalinização da água do mar.

As comemorações da DAE ao Dia Mundial da Águas serão encerradas nesta sexta-feira, com o projeto “Conhecendo a DAE”, que levará funcionários da empresa em visita por locais como a ciclovia que liga o Jardim Botânico ao Parque da Cidade, a Casa de Bombas na Rodovia Vereador Geraldo Dias e à Estação de Tratamento de Água do Anhangabau (ETA).