O prefeito Pedro Bigardi saiu da reunião dos Comitês PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), realizada no auditório da DAE na sexta-feira, com a sensação de dever cumprido no que diz respeito à gestão da água sobre a crise hídrica que atinge algumas regiões do Estado de São Paulo.
O diretor da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A), Paulo Roberto Tinel, fez um agradecimento público ao prefeito pela excelente gestão hídrica praticada por Jundiaí na bacia. Não foi sem motivo. Em outubro passado, Jundiaí deixou de captar água do Rio Atibaia, por três horas, durante três dias, para atender Campinas.
A ação, repetida mais de uma vez, foi uma manobra técnica que contribuiu para aumentar a vazão do rio Atibaia, fazendo a água chegar mais rápido em Campinas, cidade extremamente afetada pela falta de água.
“Na verdade, foi um pedido do prefeito Jonas Donizete e, inclusive, reforçado pelo governador Geraldo Alckmin, diante da nossa situação confortável com relação à água. A operação não interferiu no abastecimento em Jundiaí”, disse o prefeito.
Jundiaí é um dos poucos municípios do Estado de São Paulo que vem mantendo o abastecimento normalizado, sem racionamento. Para o diretor-presidente da DAE, Jamil Yatim, a participação da população tem sido fundamental para garantir essa situação de tranquilidade. “As pessoas entenderam a necessidade de fazer o uso racional de água e conseguimos, sem medidas extremas ou punitivas, economizar para superar a crise”, disse.
Jamil destacou também os reflexos de inúmeros investimentos feitos ao longo dos últimos 50 anos, quando foram iniciadas importantes obras de água e esgoto no município. Investimentos que não param. A atual administração está instalando Válvulas Redutoras de Pressão e trocando redes antigas por outras de material de melhor qualidade, o que vai melhorar a questão de perdas.
Neste pacote de novos investimentos está incluída a construção de novos reservatórios que vão aumentar a oferta de água nas regiões do Cecap, Jardim Carlos Gomes, Fazenda Grande Industrial e Anhangabaú. Também está em estudo a ampliação da represa, que saltará da atual capacidade, de 8.3 bilhões de litros, para cerca de 12 bilhões de litros de água.
Reunião dos Comitês PCJ
Entre os assuntos discutidos, foi apreciado o relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias PCJ – 2014, ano base 2013, que mostra que a Bacia do Rio Jundiaí teve um quadro de melhora significativa. “Houve até o reenquadramento do Rio Jundiaí, no trecho entre Itupeva e Indaiatuba”, disse o secretário executivo dos Comitês PCJ, Luiz Roberto Moretti. “Isso mostra que o pessoal daqui da região está fazendo a lição de casa.”
Os participantes também fizeram a apreciação de parecer técnico sobre o empreendimento Obras de Implantação da Central de Tratamento e Destinação de Resíduos –CTDR, localizado em Amparo.
Esse parecer, segundo Moretti, é um passo importante para a realização do projeto do governo federal de instalação de duas grandes barragens em Amparo e Pedreira. “Antes de fazer as barragens temos de tirar o aterro para garantir a qualidade da água.”
O projeto ainda está em discussão mas estudos preliminares apontam que as duas barragens serão interligadas e poderão beneficiar a região de Jundiaí.