As perdas de água em um sistema de abastecimento representam os volumes de água não contabilizados. Segundo dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), o índice de perdas de água na distribuição, em 2021, no Brasil, foi de 40,25%, no Estado de São Paulo, 34,5% e, em Jundiaí, de 33,32% – sendo 24,4% de perdas comerciais e 8,92% de perdas físicas.
Buscando a redução deste índice, a DAE conta, desde 1996, com uma Seção especifica para tratar do tema: a Gerência de Controle de Perdas, cujos trabalhos começaram com a criação de um setor piloto na Vila Liberdade. À época, 500 hidrômetros foram trocados e um macromedidor foi instalado no bairro, reduzindo as perdas na região, que chegaram a 6%.
As ações continuaram ao longo dos anos. Em 2007, a DAE adotou a Caixa Padrão de Ligação. Com isso, os hidrômetros passaram a ser instalados em caixas metálicas e conexões plásticas que não enferrujam, reduzindo o número de peças e possíveis pontos de vazamento.
Apenas entre 2013 e 2023, mais de 90 mil hidrômetros da categoria comercial foram substituídos. Além disso, a DAE tem realizado campanhas permanentes para atualização do parque de hidrômetros. O projeto prevê a troca de 20 mil equipamentos por ano.
Plano de Gestão de Água
A DAE elaborou, ainda, o Plano de Gestão de Água e Energia, com ações definidas a curto, médio e longo prazo, sendo elas:
Padrões internacionais
Para otimizar os recursos em locais em que a perda é mais crítica, a DAE emprega metodologias consagradas e aplicadas internacionalmente para decompor estes volumes em componentes específicas.
Uma delas é o “Balanço Hídrico”, matriz elaborada pela IWA (International Water Association). A DAE utiliza o método desde 2014 para analisar as componentes de perdas de água na distribuição.
Colabore para reduzir as perdas:
Use a água de forma consciente
Utilize a água de modo racional, conserve as instalações hidráulicas do seu imóvel e adote, sempre que possível, a água de reuso para fins não potáveis.
Tenha uma caixa d’água
Os imóveis devem contar com uma caixa d’água adequada ao número de moradores e que assegure o fornecimento por 24 horas. O cálculo é simples: cada morador precisa ter uma reserva de 250 litros por dia, ou seja, uma família de quatro pessoas deve ter uma caixa de 1.000 litros.
Além disso, é importante que todas as saídas de água para uso – incluindo torneiras, chuveiros e máquina de lavar – estejam conectadas à caixa d’água e não sejam abastecidas diretamente pela rede da rua.
Aproveite a água da chuva
Use a água de chuva para fins paisagísticos, lavagem de pisos, veículos, uso ornamental (fontes, chafarizes, lagos), descarga de bacias sanitárias e mictórios, etc. (Item 4.1.7 da norma ABNT NBR 15527:2019).
Mantenhas as instalações em ordem
O cliente deve manter em bom estado de funcionamento e conservação, além de promover a manutenção e a segurança das instalações prediais da unidade consumidora, localizadas após o ponto de entrega de água e antes do ponto de coleta de esgoto, atendendo à legislação vigente (Artigo 13 da Resolução ARES-PCJ nº 453/2022).
Como funcionam as perdas?
Volumes de água
A distinção da origem dos volumes de água não contabilizados é de fundamental importância para a definição das ações de combate às perdas. Não há sistema de distribuição sem perdas, por isto o planejamento destas ações e a gestão da operação devem buscar a maior redução possível. Quanto mais eficiente o sistema, menores as perdas de água.
Perda real (perda física)
É o volume de água tratada distribuída que não chega ao hidrômetro do consumidor, resultado de vazamentos, extravasamentos, descargas de rede ou testes de estanqueidade. Pode ainda ser subdividida em vazamentos visíveis, não visíveis (detectáveis) e inerentes (não detectáveis).
Ações para redução de perdas reais
Perda aparente (ou comercial)
É o volume de água tratada distribuída e consumida, porém, não medida. É resultado de hidrômetros com submedição ou parados, falhas de cadastro comercial, fraudes, ligações clandestinas (os chamados “gatos”), falha na apuração de consumo ou incerteza de macromedidores.
Ações para redução de perdas aparentes