No Dia Mundial da Água, comemorado nesta terça-feira (22), o prefeito Pedro Bigardi deu um presente para a região: assinou o projeto de lei 12.008, que cria o Programa Nascentes Jundiaí. O ato foi realizado na fazenda do agricultor Roberto Fumachi, no bairro Roseira, com a presença de autoridades, convidados e de um grupo de crianças da escola municipal João Fumacchi.
O evento ainda contou com a presença do secretário de Educação, José Renato Polli; do superintendente da Fundação, Flávio Gramolelli Júnior; dos vereadores José Dias e Lino Eduardo; além de diretores da DAE e da Prefeitura de Jundiaí.
O programa é uma parceria da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo e da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente com a DAE Jundiaí em conjunto com a Ambev, uma das maiores fabricantes globais de bebidas e a The Nature Conservancy (TNC), organização ambiental líder no mundo. A iniciativa tem como objetivo conservar as fontes de água da região por meio da recuperação e preservação de florestas em áreas escolhidas cientificamente.
Com o programa, aberto a novas parcerias, os produtores rurais passam a contar com apoio técnico e financeiro para proteger as mais de 1400 nascentes do município, mapeadas ao longo de três anos pela DAE Jundiaí e pela TNC.
“Com a criação do Programa Nascentes Jundiaí, a ideia é que toda a zona rural, que é a região de mananciais, seja preservada para que não tenhamos problemas daqui a 10, 20 anos. Estamos na região do médio Tietê, que é escassa de recursos hídricos. A cidade não teve problema com a crise, mas precisamos preservar esse bem, garantir mais qualidade e quantidade de água para o município”, destacou o prefeito Pedro Bigardi.
Na prática, o projeto permitirá, em uma primeira fase, a recuperação de 440 hectares ao longo da bacia do rio Jundiaí-Mirim, localizada dentro de 33 propriedades rurais. “Hoje, a lei determina que o produtor rural faça a compensação das áreas de APP (Área de Proteção Ambiental). Com essa iniciativa, que nasceu em 2013, foi montado um projeto e a empresa TNC vai captar os recursos e a Secretaria de Agricultura e a DAE vão indicar as áreas que necessitam de compensação para que seja realizada a recuperação”, explicou o secretário de Agricultura, Abastecimento e Turismo, Marcos Brunholi. “O agricultor não terá custo nenhum e, futuramente, com as áreas plantadas, poderá conseguir o PSA (Programa de Pagamento de Serviços Ambientais)”.
Segundo o diretor-presidente da DAE, esta é uma parceria muito importante para que o Rio Jundiaí-Mirim, principal manancial de abastecimento do município, continue vertendo água. “Preservar as áreas onde tem nascente e a área rural não tem preço.”
Para o representante da família Fumachi, uma das propriedades beneficiadas, Ailton Fumachi, também vereador na cidade de Itatiba, o programa é um grande benefício. “Como produtores rurais, nós sabemos que precisamos nos adaptar às alterações do Código Florestal, porém o custo fica acima das nossas possibilidades. Essa parceria é bem-vinda para minimizar esse custo.”
Coalizão
O projeto em Jundiaí integra a Coalizão Cidades pela Água, iniciativa coordenada pela TNC e que ampliará a segurança hídrica para mais de 60 milhões de brasileiros, em 12 regiões metropolitanas.
Em vários desses locais, a Coalizão vem mapeando milhares de propriedades rurais onde a restauração florestal pode proteger nascentes importantes para o abastecimento. A recuperação da mata e do solo já está em andamento em áreas próximas a sistemas de água essenciais para as grandes cidades, como o Cantareira e o Alto Tietê, na Grande São Paulo, e o Guandu, que fornece água para o Grande Rio de Janeiro.
“As soluções baseadas na natureza, como a recuperação de florestas, precisam integrar as ações que os governos e as empresas apoiam para ampliar a segurança hídrica, o que está sendo feito com essa iniciativa em Jundiaí”, comentou o gerente nacional de água da TNC, Samuel Barrêto.
Também presente no evento, a gerente de relações socioambientais da Ambev, Simone Veltri, observou que atuação em Jundiaí reforça o compromisso global da companhia com a preservação e o uso racional da água.
“A Ambev já trabalha em prol da conservação e recuperação de bacias hidrográficas há mais de cinco anos, por meio do Projeto Bacias. Por isso, a união com a Coalizão é uma maneira de somar esforços para a melhoria da questão hídrica do Brasil.”
A unidade de Jundiaí, por exemplo, tem um dos menores índices de consumo de água entre todas as fábricas da empresa, sendo referência em economia para produção de refrigerantes. No último ano, essa fábrica conseguiu reduzir em 5% o volume de água utilizado ao longo de todo processo produtivo.